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Foto do escritorLucas Lima

Mulheres na música: Fernanda Tein

Série de entrevistas coloca luz sobre mulheres inspiradoras do mercado fonográfico


Fernanda Tein, produtora executiva do Zeca Baleiro
Foto: acervo pessoal

Fernanda Tein não começou na música, mas os caminhos da vida os levaram até lá. Ela, formada em turismo, aprendeu na prática que é apaixonada em trabalhar com música brasileira e eventos. "Tive a oportunidade de trabalhar em um projeto cultural itinerante e que abrangia diversas áreas da cultura - música, teatro, cinema, exposições de artes e programas educativos para crianças. Foi quando percebi que era com 'esse tipo de evento' que gostaria de atuar. Dali em diante, foi uma questão de paciência e aprendizado contínuo", conta Fernanda.


Hoje produtora executiva de Zeca Baleiro, ela é a segunda entrevistada da série "Mulheres Na Música", que leva os holofotes a mulheres inspiradoras do mercado fonográfico.


Conheça um pouco da história de Fernanda:


WP: Como você começou a trabalhar com música e por que se interessou pela área?

Fernanda: Sou formada em turismo, fiz estágio em uma agência de viagens que tinha um departamento de eventos e logo percebi que gostaria de trabalhar nessa área. Aos 23 anos, ainda nessa empresa, tive a oportunidade de trabalhar em um projeto cultural itinerante que abrangia diversas áreas da cultura - música, teatro, cinema, exposições de artes e programas educativos para crianças.  Foi quando percebi que era com “esse tipo de evento” que gostaria de atuar. Dali em diante, foi uma questão de paciência e aprendizado contínuo.


WP: Desde que você entrou na área da música, qual foi o seu maior desafio?

Fernanda: Acho que foi (e ainda é) entender como funciona toda a cadeia para que os artistas recebam o que lhes é devido, principalmente pelas músicas gravadas (tanto a parte autoral quanto direitos conexos). O digital deixou tudo ainda mais obscuro, é uma terra sem lei (ainda).


WP: Para que as pessoas te conheçam melhor, quais funções você exerce hoje e quais já exerceu dentro do mercado da música?

Fernanda: Já fiz de tudo um pouco. Comecei com pré-produção e logística, fiz também produção técnica e hoje trabalho como produtora executiva do Zeca Baleiro. Gerencio a editora Ponto de Bala e trabalho na Saravá Discos, selo pelo qual lançamos, além dos projetos do próprio Zeca, de alguns outros artistas também.


WP: E como foi o início do seu contato com o Zeca Baleiro e como é trabalhar com o músico?

Fernanda: Nos conhecemos em 2012, quando ele começou a trabalhar na Fidelio Produções, onde eu trabalhava há algum tempo em eventos corporativos, além dos culturais. Alguns meses depois, o Diretor da Fidelio me chamou para fazer a turnê da Simone ("Cigarra"), que duraria 6 meses e, na mesma época, a então produtora do Zeca estava de mudança para São Paulo. Foi quando comecei a fazer - simultaneamente, a produção dele - e lá se vão mais de 10 anos. Costumo brincar que sou suspeita para falar do Zeca, mas ele é realmente um cara especial, para além do artista que todos conhecem e admiram, é um ser humano incrível, e isso faz o trabalho ficar muito mais leve.


WP: Qual foi o momento mais marcante da sua carreira até aqui?

Fernanda: Difícil escolher um momento, cada passo ou mudança que me trouxe até aqui teve seu valor. Ter aceitado gerenciar a parte da editora na Ponto de Bala foi um grande desafio e, de certa forma, abriu outras possibilidades para minha carreira.


WP: Como você enxerga a presença das mulheres na sua área de atuação dentro do mercado da música?

Fernanda: Nas áreas que atuo, já encontramos mulheres há alguns anos, tanto na produção quanto na parte administrativa. Mas tenho visto com alegria cada vez mais mulheres no palco - e não falo apenas de musicistas e cantoras, falo de roadies, iluminadoras, cenógrafas, técnicas de som. É muito bacana ver que boas profissionais têm conquistado espaço nas áreas em que realmente gostam de trabalhar.


WP: Quais conselhos você daria para quem quer começar uma carreira dentro do mercado da música?

Fernanda: Diz um ditado popular: “se conselho fosse bom não se dava, se vendia”. Mas, acho que se há um conselho, é que não há uma fórmula para dar certo, o negócio é descobrir o que você realmente gosta de fazer e correr atrás, jamais se acomodar no que não te dá prazer. A sensação de fazer que gosta durante todo o tempo em que você está trabalhando faz todo o percurso ter valido a pena.


WP: Para finalizar, o que mais você aprendeu ao trabalhar com música?

Fernanda: No mercado musical as pessoas tendem ao esnobismo, a levantar o nariz e a serem arrogantes porque trabalham com fulano ou beltrano. Um aprendizado que trago de berço é o de tratar bem a todos com quem trabalho, do diretor ao faxineiro (não confiem em alguém que destrata um garçom). E nesse ponto, trabalhar com artistas como Simone, Edson Cordeiro, Zélia Duncan ou Zeca Baleiro, só reforçou a importância de ter e de ser um bom parceiro das pessoas que cruzam seu caminho.


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